Prefácio de Isabel Guerreiro:
(Atriz/Produtora)
Enquanto crianças temos a capacidade de nos transportar para dentro das estórias. Depois, vamos crescendo, a magia começa a desvanecer e deixamos de acreditar que podemos fazer parte delas. Mas, volta e meia, deixamos a criança que temos cá dentro, tomar conta da vida atribulada que vivemos e permitimo-nos sonhar. Foi o que me aconteceu ao ler este conto da “Matilha Ferrodente”. Facilmente me imaginei a passear pelo Alentejo, a rir e a brincar com estes 9 cães. Fiquei amiga de cada um deles e conheci cada uma das suas características. Aprendi com o José Venceslau que não devemos julgar pela aparência e que devemos proteger os animais, porque sozinhos são indefesos e não o sabem fazer. Numa altura em que ainda há tantas pessoas a maltratar e a abandonar animais, a Matilha Ferrodente, sensibiliza miúdos e graúdos de uma forma muito bonita. Através de ilustrações que nos remetem à infância e de um texto que nos faz entrar na estória, aprendendo a respeitar e a tratar os animais como merecem. Deveríamos todos ser como o Venceslau e a Miquelina. E como se cantava quando eu era criança: “Vamos fazer amigos entre os animais, que amigos destes não são demais na vida.”