Prefácio de Isabel Guerreiro:
(Atriz/Produtora)
Cada vez mais as nossas crianças escrevem com abreviaturas, estrangeirismos e palavras "novas" que surgiram no vocabulário dos mais jovens nas últimas duas décadas. Muito por "culpa" da Internet que nos veio aproximar globalmente e afastar presencialmente.
Como Mãe defendi sempre, durante a formação escolar do meu filho, que deveria primeiro saber escrever sem erros ortográficos e dominar o português bem escrito para depois poder usar essas formas mais "rudimentares" de escrita. Quando aprendi o que eram palavras que se escreviam de forma diferente e soavam de forma igual, as homófonas deste livro, poderia ter sido desta forma tão pedagógica e divertida. É importante mudar as formas de ensino e adaptá-las aos tempos que vivemos.
As crianças vivem dentro de um mundo digital e, mesmo as que não o faziam, foram obrigadas a isso com o ensino on-line durante o período pandémico. É primordial e importante manter a capacidade de as crianças viverem a fantasia de "ser" uma estrela-do-mar enquanto leem uma história.
É essencial manter hábitos de leitura na rotina diária de uma criança porque daí advém certamente a escrita de forma correta e com um vocabulário rico. Seja num e-book ou num livro em papel, a leitura de uma história infantil pela criança, pelos pais ou pelos professores é parte fundamental para auxiliar na aprendizagem. A frase "quem escreve um livro constrói um castelo e quem o lê vive dentro dele" é o mote para alimentar a imaginação que forma crianças felizes que saibam sonhar. Talvez por ter lido muito em pequena, ainda não perdi a capacidade de ler, como sendo eu a Aguarela Tagarela e de imaginar a chegada lenta e pesada da Vovó Carapaça, ou de visualizar os ouriços a recolher os picos. Ler dá-nos a capacidade de sonhar.